Gostei bastante dela. Como sempre eram vários versos soltos e misturados, então em poucos dias eu adicionei e organizei as ideias.
"Pela manhã tudo é quente
O café, os raios de sol pelos cantos
da cortina
O pão, o vapor de água nas plantas do
quintal
Pela noite, no entanto, nada o é mais
Toda essa calmaria acompanha a lentidão
dos dias
Onde tudo o que eu faço é pensar
Eu penso nas histórias que não ouvi
Nas promessas que nunca cumpri
Nos momentos que não vivi
O café o o pão já esfriaram
Enquanto eu me perco nas esquinas do
tempo
Sacrificando meu tempo para lembrar
quem eu sou
Aproveitando o vazio para me preencher
de amor
De repente tudo some
Somos apenas eu e o abismo
E os pensamentos se mantem em círculos
Enquanto na minha frente não há nada
além
Da linha reta do horizonte
O céu estrelado agora ilumina minha
solidão
A vontade de não existir tira minha
razão
Aquele dia que prometi que tudo iria
mudar
Nunca irá chegar
Pois eu preciso mudar antes disso
Minha viagem até o horizonte começou
Quando eu quis saber além dele
Não sei até onde irei chegar
Porém aqui não quero mais estar
O horizonte é o abismo
Depois dele não sei o que existe
Depois dele não posso me salvar
Porém aqui atrás me sinto presa e
amordaçada
Numa jornada que não pude explorar
Sei que a vida está logo ali
Há algo maior esperando além de mim
Me conte, horizonte
És um abismo ou és um monte?
Serás meu destino ou minha fonte?
Me conte
Horizonte"
Lisa Peixoto - 17/02/2015