“Ela não sabia o motivo, só sabia que não deveria desistir. Aquela experiencia havia feito dela uma pessoa melhor, mas ela só desejava esquecer tudo. O jardim parecia menos vivo sem ele ali. A breve relação com o bichano significou muito para ela. Mais do que a nova alegria da casa, ele havia se tornado uma nova motivação para ela viver. Ela sabia o quanto a vida selvagem era massacrada e desrespeitada lá fora, etão ela queria ao menos conservar uma parte dela em seu quintal. Deus sabia o quanto sua intenção era boa, mas não havia como fugir do destino e do acaso. A perda daquela vida era mais cruel que a própria tristeza em si.
A morte é tão comum e tão presente, porém nunca estamos preparadas para ela. Ela observava o bichano todos os dias desde então, insistia para alimentá-lo. Mas ele comia e bebia pouco, já aparentava doente. As vezes, porém, dava bons sinais de vitalidade, andando pelo quintal e correndo atras de quem passasse perto. Curiosidade e dedicação não faltavam na menina que o resgatara da rua. Ainda era um bichano jovem, ela já imaginava ele crescendo e planejava um bom futuro assim como uma mãe faz com um filho. Ela faria qualquer coisa para vê-lo saudável e salvo. No primeiro fim de semana do ano ele voltou a ficar mais calmo. A família saiu para almoçar como já de costume fazia todo domingo. Após dois dias chuvosos, estava bem ensolarado e quente. Quando chegaram no meio da tarde, encontraram o bichano morto. Não havia mais nada o que fazer. Tudo havia acabado ali. Decepção e saudade. Sem movimentos. Sem pensamentos. Silencio. Vazio. Adeus.”
Lisa Peixoto para Smaug - 06/01/2014
Estou de luto... :-(
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